A recuperação em “V” da energia solar

Fonte atraiu mais de R$ 13 bilhões em investimentos ao País, somadas as contribuições das grandes usinas e dos sistemas de geração de menor porte

A RECUPERAÇÃO EM “V” DA ENERGIA SOLAR
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Imagine um setor da economia capaz de, em uma só vez, reduzir custos para a população, aumentar a competitividade das empresas e desafogar o orçamento do poder público, com benefícios claros a pequenos, médios e grandes consumidores brasileiros. Imagine, agora, esse cenário auspicioso inserido dentro do contexto desafiador de uma crise sanitária, com profunda queda da atividade econômica nacional e mundial.

Pois bem, dentre os importantes ensinamentos e reflexões provocados pela pandemia de COVID-19, o protagonismo e a relevância do setor solar fotovoltaico, tanto no Brasil quanto no mundo, ficaram ainda mais evidentes na adversa conjuntura atual. Os números robustos do setor em 2020 trazem luz ao tema: ao longo do ano passado, a energia solar atraiu mais de R$ 13 bilhões em investimentos ao País, somadas as contribuições das grandes usinas e dos sistemas de geração de menor porte, em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O resultado do ano representou inédito e surpreendente recorde setorial: um crescimento de mais de 50% em relação a todo o montante registrado desde 2012 no cenário nacional.

Em relação à geração de emprego e renda aos brasileiros, uma das contribuições mais estratégicas da fonte solar à economia brasileira, o setor agregou mais de 86 mil postos de trabalho no País em 2020, espalhados por todas as regiões do território nacional. No acumulado desde 2012, a energia solar fotovoltaica já movimentou mais de R$ 38 bilhões em negócios e gerou mais de 224 mil postos de trabalho. Só em 2020, as contratações cresceram 62% em relação aos empregos gerados no País entre o início de 2012 e o final de 2019, um raio de esperança aos milhões de desempregados e desalentados do País.

Outro setor beneficiado pela força da retomada solar foi a administração pública, pesadamente impactada pela queda da arrecadação oriunda da redução da atividade econômica como um todo, bem como pela necessidade de investimentos significativos e imprevistos na área da saúde. Só em 2020, os investimentos em energia solar proporcionaram mais de R$ 3,9 bilhões em impostos aos cofres da União, Estados e Municípios, um acréscimo de 52% em relação ao total arrecadado no período entre 2012 e 2019.

Já neste novo ano, a chamada recuperação em “V”, verificada em 2020, deverá acelerar ainda mais no setor solar fotovoltaico brasileiro. Segundo projeções da ABSOLAR, em 2021 serão adicionados mais de 4,9 GW de potência instalada. Isso representará um crescimento de mais de 68% sobre a capacidade instalada atual do País e um novo patamar de desenvolvimento para este mercado cada vez mais relevante para a economia do Brasil.

No Brasil, as perspectivas para o setor são de chegar ao final de 2021 com um total acumulado de mais de 377 mil empregos desde 2012, distribuídos entre todos os elos da cadeia de valor do setor: insumos produtivos, fabricação de equipamentos e componentes, distribuição de kits e sistemas, projeto, engenharia, instalação, operação, manutenção e serviços.

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Assim como em 2020, a maior parcela destes novos postos de trabalho deverá vir do segmento de geração distribuída solar, que será responsável por mais de 118 mil empregos neste ano. Dos R$ 22,6 bilhões de investimentos previstos para este ano, a geração distribuída corresponderá a cerca de R$ 17,2 bilhões, ou seja, mais de três-quartos do total.

Para este segmento, a ABSOLAR projeta um crescimento de 90% frente ao total já instalado até 2020, passando de 4,4 GW para 8,3 GW. Já no segmento de usinas solares de grande porte, a chamada geração centralizada, o crescimento previsto será de 37%, saindo dos atuais 3,1 GW para 4,2 GW.

A entidade projeta, ainda, que o setor solar fotovoltaico brasileiro será responsável por um aumento líquido na arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais de mais de R$ 6,7 bilhões em 2021. Isso contribui para o fortalecimento dos orçamentos públicos e a prestação de melhores serviços para a sociedade brasileira, inclusive na área da saúde. O valor já contabiliza a economia dos consumidores em suas contas de eletricidade, mostrando que o benefício econômico do setor é favorável também para o poder público.

Portanto, o desenvolvimento da fonte solar fotovoltaica no País é parte da solução para a retomada sustentável da economia, atraindo investimentos, gerando empregos de qualidade e proporcionando uma eletricidade mais competitiva, diversificada e sustentável à matriz elétrica brasileira. Ela beneficia todos os cidadãos do País, tanto aqueles que já possuem a geração própria de energia em suas casas, empresas ou propriedades rurais, quanto os brasileiros que utilizam o sistema tradicional de suprimento elétrico.

*Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR)

*Rodrigo Sauaia é CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), mestre em Energias Renováveis pela Loughborough University (Reino Unido) e doutor em Engenharia e Tecnologia de Materiais pela PUC-RS, com colaboração internacional na área de energia solar fotovoltaica realizada no Fraunhofer Institut für Solare Energiesysteme (Alemanha).

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Rodrigo Sauaia

CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), mestre em Energias Renováveis pela Loughborough University (Reino Unido), e doutor em Engenharia e Tecnologia de Materiais pela PUC-RS, com colaboração internacional na área de energia solar fotovoltaica realizada no Fraunhofer Institut für Solare Energiesysteme (Alemanha).

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Ronaldo Koloszuk

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), CEO da Solar Group e diretor da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).

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