Mudanças climáticas: o que são, quais as causas e efeitos
As mudanças climáticas são uns dos maiores desafios mundiais que, ao longo dos anos, tem impactado não somente o meio ambiente, mas também a sociedade e a economia.
Entre os principais efeitos causados por esse desequilíbrio estão as ciclones, desastres naturais em novos lugares do globo, desequilíbrio da fauna e da flora, aumento das secas, elevação do nível dos mares, alagamentos e risco à vida de toda a população global. Essas alterações no clima têm sido aceleradas em consequência das ações humanas no planeta, contribuindo para a aceleração do aquecimento global.
O ponto positivo é que existem algumas ações de sustentabilidade que praticadas pelas próprias pessoas podem amenizar os problemas causados pelas alterações climáticas.
Veja o que são as mudanças climáticas, suas causas e efeitos, bem como o que podemos fazer para amenizar o impacto e o que esperar do futuro.
O que são mudanças climáticas?
As mudanças climáticas referem-se à alteração significativa e prolongada nos padrões climáticos globais ou regionais ao longo do tempo. Estas mudanças podem ocorrer devido a processos naturais inerentes ao planeta ou como resultado das atividades humanas.
Quando o clima começou a mudar?
A mudança climática não se trata de um fenômeno novo. O clima terrestre tem se transformado ao longo dos anos, desde o período pré-industrial nos anos 1850 – 1900, e isso tem levado a uma crescente preocupação mundial.
Um relatório recente, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), indica que existe a probabilidade de 66% da temperatura média anual próxima à superfície global ultrapassar os níveis pré-industriais de 1.5°C por pelo menos um ano entre 2023 e 2027. Além disso, o documento indicou que existe uma chance de 98% para que até 2027 seja registrado o ano mais quente da história, batendo o recorde de 2016.
Quais são as causas das mudanças climáticas?
Os processos naturais e as atividades humanas são os fatores que aceleraram os efeitos climáticos. Em relação aos processos naturais, o que geram influência do clima são as variações solares e os fenômenos vulcânicos. Contudo, é a intervenção humana que tem exacerbado e agravado essas transformações.
Dessa forma, pode-se destacar a industrialização, o desmatamento, a queima de combustíveis fósseis, práticas agrícolas, pecuária, pesca desenfreada e o excesso de consumo da população como os principais catalisadores dessas mudanças climáticas.
Além disso, a emissão de gases de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), tem também um papel importante para promover os prejuízos ao meio ambiente. Estes gases intensificam o efeito estufa, uma condição em que o calor do sol fica retido na atmosfera terrestre, levando ao aquecimento global.
No último relatório, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que a temperatura global deve atingir níveis recordes e o aquecimento pode apresentar um aumento de 1,5°C nos próximos cinco anos.
Ainda, as colheitas de alimentos podem ser prejudicadas por enchentes, geadas ou estiagens e isso pode afetar a produção de matérias-primas, tornando o processo de produção mais caro. De acordo com um projeto dos geógrafos-economistas Cristopher Callahan e Justin Mankin, do Darthmouth College, de New Hampshire (EUA), a estimativa média é que a soma dos PIBs (Produto Interno Bruto) dos países do mundo possa perder até US$ 84 trilhões no século XXI, se o aquecimento global não for freado.
Queima de combustíveis fósseis
A queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, gás natural e o carvão, liberam gases de efeito estufa na atmosfera. Isso acontece, uma vez que essas substâncias emitem dióxido de carbono (CO2) no meio ambiente e isso contribui com o aquecimento global.
Outras atividades que também contribuem para a queima de combustíveis fósseis são a fabricação de plásticos, ferros e eletrônicos, transportes que são abastecidos com diesel e gasolina, consumo excessivo e a agricultura, pecuária e a pesca desenfreada.
Quais os efeitos das mudanças climáticas?
Conforme mencionado anteriormente, as mudanças climáticas causam alguns efeitos nocivos para o meio ambiente, seres humanos e para a economia do país. Isso acontece em razão do aumento da temperatura, que pode causar as ondas de calor vindas por fenômenos como o El Niño.
Com isso, as oscilações de temperatura podem causar também outros efeitos climáticos, como terremotos, erupções vulcânicas, incêndios florestais, inundações e secas.
Segurança alimentar
A segurança alimentar pode sofrer prejuízos por conta da volatilidade climática que afeta a agricultura e a pesca. Com o aumento do nível do mar, devido ao derretimento das calotas polares e geleiras, as comunidades costeiras entram em risco.
Biodiversidade
Como muitas espécies podem entrar em extinção, devido à perda de habitat, alterações climáticas e outros fatores relacionados, os ecossistemas sofrem desequilíbrios e esse fator é uma ameaça para a biodiversidade. Isso pode levar a uma redução na qualidade e quantidade dos serviços ecossistêmicos essenciais para a vida humana e animal.
Poluição
O aumento das temperaturas intensifica a poluição do ar, levando a uma maior incidência de doenças respiratórias e cardiovasculares. Com as ondas de calor mais frequentes e intensas, isso contribui para um aumento nas taxas de morbidade e mortalidade.
Saúde dos seres humanos
Além disso, a saúde dos seres humanos também pode ser impactada devido às alterações climáticas, desencadeando alergias, insolação, doenças transmitidas por mosquitos da dengue ou malária.
As pessoas mais vulneráveis também podem ser afetadas devido à desnutrição e fome, que podem ser intensificadas em razão do aumento de temperatura.
Contaminação da água e do solo
As substâncias poluentes podem contaminar a água e o solo. Com isso, há uma redução na capacidade da absorção da água e do armazenamento de carbono, tendo como consequência, o impacto na qualidade do solo das plantações.
Já em relação à poluição da água, a contaminação gera alteração no volume e na qualidade dos recursos hídricos disponíveis para o consumo, para a atividade agrícola e para a geração de energia.
Desequilíbrio nos oceanos
A acidificação dos oceanos é outro efeito que as mudanças do clima podem causar. À medida que mais dióxido de carbono (CO2) é absorvido pelos oceanos, o pH da água do mar diminui, deixando as águas mais ácidas.
A consequência é que isso afeta adversamente a vida marinha, sobretudo os organismos calcários, como os corais e moluscos.
Diante disso, a adaptação e mitigação tornaram-se essenciais para contribuir com os problemas causados pelas mudanças climáticas.
Para isso, torna-se necessário realizar ajustes nos sistemas sociais e ecológicos para minimizar os danos causados por eventos climáticos. A mitigação envolve práticas para reduzir ou prevenir a emissão de gases de efeito estufa, de forma a acometer a raiz do problema.
Como o globo está lidando com as mudanças climáticas?
As mudanças climáticas representam um desafio global que requer ação coordenada em todos os níveis da sociedade e do governo para mitigar seus impactos e construir um futuro mais sustentável.
Além de iniciativas de governos nacionais e regionais, o combate às mudanças climáticas também exige ações em nível internacional, envolvendo a cooperação de vários países por meio de tratados e organizações. Entre as principais iniciativas, podemos listar:
IPCC
O IPCC, ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change, em inglês), é uma organização científica intergovernamental estabelecida em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Seu objetivo principal é fornecer uma avaliação objetiva, científica e política das mudanças climáticas, seus impactos e possíveis opções de mitigação.
O painel realiza avaliações abrangentes e periódicas sobre o estado do conhecimento científico sobre mudanças climáticas, compilando e revisando pesquisas publicadas por milhares de cientistas em todo o mundo. As avaliações do IPCC são altamente influentes e servem como base para políticas de mudanças climáticas em níveis internacional, nacional e local.
O IPCC desempenha um papel fundamental na informação de políticos, formuladores de políticas, cientistas e o público em geral sobre a natureza e as implicações das mudanças climáticas, ajudando a orientar ações para enfrentar esse desafio global.
Acordo de Paris
O Acordo de Paris é um acordo internacional sobre mudanças climáticas que foi adotado em dezembro de 2015 durante a 21ª Conferência das Partes (COP 21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), realizada em Paris, França. O acordo entrou em vigor em novembro de 2016.
O principal objetivo do Acordo de Paris é limitar o aumento da temperatura global média para bem abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, e buscar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C.
Reconhecendo que as mudanças climáticas representam uma ameaça urgente e potencialmente irreversível para os sistemas naturais e sociais do planeta, os países signatários concordaram em tomar medidas significativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e fortalecer a resiliência às mudanças climáticas.
Carbono zero
Carbono zerou ou "net zero" refere-se a um estado em que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) liberadas na atmosfera são equilibradas por ações para remover uma quantidade equivalente de GEE da atmosfera. Isso significa que o total de emissões líquidas de GEE é zero.
Alcançar a neutralidade de carbono é considerado crucial para limitar o aquecimento global a níveis seguros e evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Muitos países, empresas e organizações estão estabelecendo metas para alcançar a neutralidade de carbono até meados do século, reconhecendo a importância de uma ação decisiva e coordenada para enfrentar a crise climática.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma coleção de 17 metas globais estabelecidas pelas Nações Unidas em setembro de 2015 como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Os ODS foram projetados para abordar os desafios globais mais prementes, incluindo pobreza, desigualdade, mudança climática, degradação ambiental, paz e justiça.
Cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é apoiado por metas específicas, totalizando 169 metas no total. Os ODS visam equilibrar os três pilares do desenvolvimento sustentável: econômico, social e ambiental.
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:
- Erradicação da Pobreza
- Fome Zero e Agricultura Sustentável
- Saúde e Bem-Estar
- Educação de Qualidade
- Igualdade de Gênero
- Água Limpa e Saneamento
- Energia Limpa e Acessível
- Trabalho Decente e Crescimento Econômico
- Indústria, Inovação e Infraestrutura
- Redução das Desigualdades
- Cidades e Comunidades Sustentáveis
- Consumo e Produção Sustentáveis
- Ação Contra a Mudança Global do Clima
- Vida na Água
- Vida Terrestre
- Paz, Justiça e Instituições Eficazes
- Parcerias e Meios de Implementação
Como as empresas podem ajudar no combate às mudanças climáticas
As empresas desempenham um papel fundamental no combate às mudanças climáticas, pois suas operações e atividades comerciais muitas vezes são responsáveis por uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Aqui estão algumas maneiras pelas quais as empresas podem contribuir para mitigar as mudanças climáticas:
Redução de emissões
As empresas podem adotar medidas para reduzir suas próprias emissões de GEE, por exemplo, investindo em tecnologias de eficiência energética, utilizando energia renovável, otimizando processos industriais para minimizar o desperdício de recursos e adotando práticas de transporte sustentável.
Compromissos de neutralidade de carbono
As empresas podem estabelecer metas de neutralidade de carbono, comprometendo-se a compensar suas emissões de GEE através de medidas como reflorestamento, captura e armazenamento de carbono, e investimento em projetos de energia renovável.
Transição para energias renováveis
Investir em fontes de energia renovável, como solar e eólica, para abastecer suas operações é uma maneira eficaz de reduzir as emissões de GEE associadas à eletricidade e energia.
Eficiência energética
Implementar medidas de eficiência energética em edifícios, instalações industriais e processos de produção pode reduzir significativamente o consumo de energia e as emissões de GEE associadas.
Gestão de resíduos
Implementar práticas de gestão de resíduos eficientes e sustentáveis, como reciclagem, compostagem e redução do desperdício, pode ajudar a reduzir as emissões de metano e outros GEE provenientes de aterros sanitários.
Inovação tecnológica
Desenvolver e investir em tecnologias de baixa emissão e soluções inovadoras, como veículos elétricos, armazenamento de energia e captura de carbono, pode ajudar a acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.
Advocacia e participação em políticas
As empresas podem influenciar políticas públicas e defender regulamentações mais rigorosas sobre emissões de GEE e incentivos para energia limpa, seja através de associações setoriais, participação em coalizões empresariais ou engajamento direto com formuladores de políticas.
Transparência e prestação de contas
Fornecer relatórios transparentes sobre as emissões de GEE e o progresso em relação a metas de sustentabilidade pode ajudar a aumentar a responsabilidade e a confiança dos stakeholders.
Como evitar os efeitos das alterações climáticas?
Em meio a todos esses problemas, as mudanças climáticas não
são apenas uma ameaça ambiental, mas também um desafio social, econômico e
político. Para evitar com que os efeitos das alterações de clima sejam sentidos
são exigidas ações coletivas enérgicas, políticas robustas, inovações
tecnológicas e uma transformação nos padrões de consumo e produção, tais quais:
Investimento em energias renováveis: As energias renováveis, como a energia solar e eólica, não emitem gases de efeito estufa.
Eficiência energética: A eficiência energética pode ajudar a reduzir o consumo de energia e as emissões de gases de efeito estufa.
Mudanças nos sistemas de transporte e agricultura: Os sistemas de transporte e agricultura podem ser feitos mais sustentáveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Além disso, as alterações climáticas são um problema global que requer uma ação de todos os países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos do aquecimento global.
Diante disso, em 2015, 195 países do mundo assinaram o Acordo de Paris, que tem como objetivo principal a tomada de medidas para lidar com as alterações climáticas.
Os países que fazem parte do G20 são: Brasil, Argentina, Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Coreia do Sul, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados e União Europeia. Juntos, eles compreendem 80% da economia global.
Esse acordo firma o compromisso entre os países de preservar o meio ambiente para que o aumento da temperatura média do planeta fique abaixo de 2 ºC dos níveis pré-industriais. Além disso, o documento também prevê que haja uma revisão do acordo a cada cinco meses e que seja estabelecido financiamento para que os países em desenvolvimento consigam mitigar os efeitos das mudanças climáticas, fortalecer a resiliência e aumentar a capacidade de se adaptarem às mudanças climáticas.
O Brasil, por sua vez, propôs reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% dos níveis de 2005 até 2025. Para garantir que essa meta seja alcançada, o país comprometeu-se ainda a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética e a realizar restaurações de mais de 10 milhões de hectares de florestas.
Para saber mais sobre sustentabilidade, acesse o site do Portal Solar.
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