Resultado dos leilões fica abaixo do esperado, avaliam associações

Para o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, governo poderia ter dado atenção maior para a fonte em um momento de escassez hídrica

RESULTADO DOS LEILÕES FICA ABAIXO DO ESPERADO, AVALIAM ASSOCIAÇÕES
Banco de imagem.

O resultado dos dois leilões de energia realizados na semana passada foi classificado como abaixo do esperado para as associações que representam os geradores a biomassa e solar fotovoltaica. Os leilões A-3 e A-4 contrataram 51 usinas, as quais adicionaram 1 GW de capacidade instalada e mais de R$ 4 bilhões em investimentos até 2025.

A Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) disse que, pelo número de projetos habilitados para os certames, a contratação ficou muito abaixo do potencial de contribuição que a bioeletricidade poderia oferecer ao País. No total, foram habilitados 1.841 empreendimentos (66 GW) de geração solar, biomassa, hídrica e eólica.

Leia mais: Leilões garantem R$ 4 bilhões em investimentos em energia renovável

“O Brasil vive um momento de preocupante crise hídrica, com o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste-Centro-Oeste chegando, neste início de julho, a 28% da capacidade de armazenamento”, destacou o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho.

O diretor da Cogen reforça que a geração de energia proveniente das biomassas ajuda a preservar a capacidade de armazenamento das hidrelétricas. “A cogeração a biomassa fornece ao Sistema Interligado Nacional (SIN) uma energia com vários atributos: próxima dos pontos de consumo, com potência e qualidade, principalmente no período de safra, entre os meses de abril e novembro, que coincidem com o período seco”, completa Leonardo.

Energia solar residencial Portal Solar

Quer saber quanto custa para instalar energia solar?

Selecione uma concessionária
Ao prosseguir você está de acordo com os Termos e Condições de Uso do Portal Solar

Com a viabilização de R$ 908 milhões em investimentos, a fonte solar deveria ter recebido uma atenção maior por parte do governo, opinou o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia

“Se o Governo Federal tivesse contratado o dobro de energia da fonte solar nestes dois leilões, reduzindo a energia comprada de fontes mais caras, teria economizado aos consumidores brasileiros pelo menos R$ 126,8 milhões nos próximos 20 anos”, defendeu Sauaia.

Leia mais: Especialistas apostam em alta competição para os leilões de energia

Já a presidente Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, destacou que a fonte foi a que mais atraiu investimentos (R$ 1,77 bilhão), concentrando quase 42% de toda a capacidade instalada adicional contratada. Apesar do resultado modesto, a presidente ABEEólica avalia como positivo o saldo do leilão.

“Embora tenha sido um valor pequeno se compararmos com leilões anteriores, precisamos considerar o cenário econômico em que estamos e avaliar que tivemos um resultado coerente e conseguimos viabilizar um bom número de projetos para o momento”, disse Gannoum.

Esses foram os primeiros leilões do tipo organizados pelo Governo Federal desde que teve o início da pandemia de covid-19.

Avatar de Adonis Teixeira

Adonis Teixeira

Jornalista formado pela Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, com experiência de mais de 12 anos em comunicação. Acompanha o setor elétrico brasileiro há 5 anos, atuando no monitoramento de dados e informações do setor.

Artigos que podem te interessar