Energia solar em telhados pode trazer economia de R$ 86,2 bilhões até 2031

Benefícios da geração distribuída podem resultar em redução média de 5,6% na conta de luz de todos os consumidores brasileiros

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A geração distribuída (GD) poderá trazer economia de R$ 86,2 bilhões ao setor elétrico brasileiro até 2031, barateando a conta de luz de todos os consumidores em 5,6%, mostra estudo elaborado pela consultoria especializada Volt Robotics, encomendado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Leia mais: Plano decenal de energia estima 37 GW de geração distribuída no Brasil em 2031

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A pesquisa buscou mensurar os benefícios da geração própria de energia, modalidade amplamente dominada pela fonte solar fotovoltaica, levando em conta as projeções do Plano Decenal de Expansão de Energia 2031 (PDE 2031), de autoria do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Conforme as estimativas, a GD saltará dos atuais 11 GW de potência instalada para aproximadamente 37,2 GW em 2031. Foram contabilizados os efeitos de sete benefícios da modalidade: redução do custo de energia; redução do risco financeiro; redução de encargos setoriais; redução nas diferenças de preços entre regiões; redução de perdas elétricas; redução do consumo no horário de pico; e redução de emissões de gases poluentes.

“A GD já traz benefícios para o sistema elétrico brasileiro, reduzindo a geração de grandes usinas térmicas. Sem essa modalidade, a crise hídrica de 2021 teria um custo 48,6% maior, de R$ 28 bilhões para R$ 41,6 bilhões”, detalhou o sócio fundador da Volt Robotics, Donato da Silva Filho, durante a coletiva de apresentação do estudo.

O especialista assinalou que a geração própria de energia corresponde a um alívio de 10% na carga do Brasil no período de maior incidência solar, quando os painéis produzem mais eletricidade, além de deslocar o consumo do pico da demanda e reduzir perdas técnicas na distribuição.

O presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, destacou que essas estimativas podem ser consideradas conservadoras. “É um cenário base, não é o topo. Ainda tem outros benefícios que estão sendo calculados, como impactos socioeconômicos e ambientais.”

Novas regras tarifárias

O marco legal da GD, estabelecido pela Lei 14.300, prevê que as novas regras tarifárias, cobradas após o fim do prazo de transição, serão baseadas no cálculo de custos e benefícios da modalidade ao setor elétrico. O cálculo deve ser definido em até 18 meses após a publicação do marco legal e será feito em duas etapas.

Na primeira, caberá ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabelecer as diretrizes para valoração da modalidade. Essa etapa deverá ser concluída até o início de julho. Com base nessas diretivas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fará o cálculo, observados os trâmites de consulta e audiência pública.

A vice-presidente de geração distribuída da Absolar, Bárbara Rubim, declarou na coletiva que a entidade ainda não obteve informações mais detalhadas de como essas diretrizes serão determinadas. “Nos adiantamos para apresentar esse estudo. Esses benefícios não podem ser ignorados pelo CNPE e pela Aneel.”

Sauaia espera que o processo avance com transparência. “Estamos chegando perto do prazo final da definição das diretrizes. Com metodologia clara, isso poderá caminhar em benefício da sociedade.”

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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