Carros elétricos: O que são, como funcionam, modelos e quanto custam
Assim como em outros países, os carros elétricos estão se popularizando no Brasil e trazendo um novo conceito de mobilidade para os consumidores — mais baratos, independentes e sustentáveis.
O setor de transporte é responsável por cerca de 20% das emissões globais de gases do efeito estufa, conforme dados da Agência Internacional de Energia Elétrica (IEA, na sigla em inglês). No Brasil, essa porcentagem é ainda maior, conforme a entidade, chegando a mais de 40%.
Despoluir esse setor é uma ação fundamental e determinante para desacelerar as mudanças climáticas e atingir as metas ambientais do Acordo de Paris. Um instrumento essencial para atingir esse objetivo é o carro elétrico.
Ao redor do mundo, governos estão incentivando a indústria automobilística a substituir os motores a combustão pelo motor elétrico para carros e, por isso, os carros elétricos estão cada vez mais baratos.
Essa transformação já está acontecendo e o Portal Solar mostra todos os detalhes para você ficar por dentro dessa revolução tecnológica na mobilidade, com os carros elétricos no Brasil e no mundo.
O que é um carro elétrico?
O carro elétrico é um veículo automóvel movido por um motor elétrico usando energia armazenada em baterias recarregáveis.
Além disso, o carro elétrico é mais silencioso, não provoca emissões e tem menores custos de manutenção. Esse veículo pode ser abastecido em pontos de recarga de carros elétricos públicas ou privadas.
Como funciona um carro elétrico?
O carro elétrico funciona utilizando a eletricidade como forma de combustível. Isso é viabilizado por meio de uma bateria recarregável, que armazena a energia. Um inversor converte a corrente elétrica contínua em alternada, que é levada ao motor de indução. Dessa forma, a eletricidade aciona o motor elétrico para carros, fazendo com que as rodas girem e o carro elétrico se movimente.
Quais os tipos de motor elétrico para carros?
Existem quatro tipos de carros elétricos:
- carro elétrico híbrido (HEV);
- carro elétrico híbrido plug in (PHEV);
- carro elétrico a bateria (BEV);
- carro a célula de combustível (FCEV).
Carro elétrico híbrido (HEV)
O carro elétrico híbrido (HEV) utiliza primariamente um combustível convencional, como a gasolina e o álcool, e um motor de combustão interna. Já o motor elétrico para carros e as baterias são utilizados de forma complementar.
Essa bateria é recarregada por meio de freios regenerativos (kers), que capturam energia cinética e a transformam em eletricidade.
Carro elétrico híbrido plug in (PHEV)
O carro elétrico híbrido plug in também combina o motor a combustão interna com baterias e um motor elétrico para carros. A diferença é que, além do carregamento via kers, a bateria também pode ser abastecida por meio de um cabo alimentado por fonte externa.
Carro elétrico a bateria (BEV)
O carro elétrico a bateria é um carro 100% elétrico, que utiliza a eletricidade armazenada na bateria para impulsionar o motor. O recarregamento é feito por uma tomada ou um plugue alimentado pela rede elétrica.
Carro a célula de combustível (FCEV)
O carro a célula de combustível utiliza o gás hidrogênio como fonte de energia para produzir eletricidade e alimentar o motor elétrico para carros.
Qual a diferença entre carros elétricos e híbridos?
Os carros elétricos utilizam apenas a energia elétrica como forma de propulsão, enquanto os híbridos possuem tanto um motor a combustão, quanto um elétrico. Um carro híbrido pode utilizar o motor elétrico para carros como auxiliar ou carregar a bateria com o motor a combustão.
Qual a autonomia de um carro elétrico?
Alguns fatores podem influenciar negativamente na autonomia de um carro elétrico, bem como em seu desempenho, exigindo maior consumo de energia. Entre eles estão:
- peso extra;
- aceleração e frenagem bruscas;
- subidas íngremes.
Algumas formas de melhorar o desempenho do veículo incluem reduzir a utilização de itens como o ar-condicionado, utilizar o “modo economia” e respeitar os limites de velocidade.
Carro elétrico com maior autonomia
A autonomia de um carro elétrico é determinada pela sua fabricante de acordo com o padrão de teste utilizado.
Hoje, existem três padrões de testagem reconhecidos e utilizados no mundo, dois europeus e um americano.
Os europeus são o New European Driving Cycle (NEDC) e o Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure (WLTP). Já o americano é realizado pela Agência de proteção ao Meio Ambiente (Environmental Protection Agency ou EPA).
No Brasil, existe o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, que padronizou a forma de medição da autonomia dos carros BEV vendidos no país.
Veja abaixo os dez carros elétricos com maior autonomia vendidos no Brasil e os respectivos padrões de testagem utilizados por suas montadoras:
Modelo | Autonomia | Padrão |
BMW IX xDrive 50 | 528 km | PBEV |
BMW i7 xDrive 60 | 479 km | PBEV |
Porsche Macan | 443 km | PBEV |
BMW iX M60 | 431 km | PBEV |
BYD Tan | 430 km | PBEV |
BMW i4 | 422 km | PBEV |
Mercedes-Benz EQS450 | 411 km | PBEV |
BMW i5 M60 xDrive | 392 km | PBEV |
Chevrolet Bolt | 390 km | PBEV |
Volvo C40 | 385 km | PBEV |
No mundo, o carro elétrico com mais autonomia vendido atualmente é o Lucid Air - Dream Edition Range, da montadora americana Lucid Motors, que consegue percorrer aproximadamente 660 km com uma única carga (baseado no teste da EPA).
Como carregar carros elétricos no Brasil?
Os carros elétricos são abastecidos por meio de pontos de recarga de carros elétricos, que incluem carregadores residenciais e terminais públicos e privados. Em alguns casos, também é possível recarregar a bateria em uma tomada elétrica comum.
Tipos de carregadores para carros elétricos
Carregador de emergência
Podem ser conectados em tomadas comuns e costumam ter uma amperagem mais baixa e velocidade de recarga mais lenta.
Carregador portátil
São similares aos de emergência, mas trabalham com corrente mais alta, permitindo um carregamento mais veloz do carro elétrico.
Carregador mini wallbox standard
Equipamentos preparados para uso em instalações fixas, como paredes e totens — uma espécie de tomada para carregar carros elétricos.
Eletroposto
Modelos utilizados para carregamento rápido, normalmente são instalados em postos de abastecimento e estradas.
Quanto tempo demora para carregar um carro elétrico?
Entre as principais dúvidas sobre os carros elétricos está quanto tempo demora para carregar um carro elétrico, o qual está atrelado a vários fatores, sendo:
- tipo de corrente utilizada no carregamento;
- tipo de rede elétrica utilizada;
- potência de cabo utilizado para carregamento;
- potência do conversor CA/CC integrado ao carro utilizado;
- capacidade da bateria;
- potência do carregador.
Os carros elétricos do tipo híbrido plug-in têm carregamento mais rápido, pois a capacidade de suas baterias é menor, e levam de 1 a 4 horas, em média, para carregar no Brasil. Já os modelos 100% elétricos levam mais tempo, com média de 4 a 8 horas para carregamento total.
Quanto custa carregar carros elétricos?
Uma dúvida comum de um consumidor que considera comprar um carro elétrico é saber quanto custa carregar carros elétricos, em comparação com o abastecimento de um carro a gasolina.
De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) a melhor forma de realizar esse cálculo é comparar dois veículos semelhantes, por exemplo um Chevrolet Bolt 100% elétrico e o Tracker Turbo Flex 1.2.
Para calcular quanto custa carregar carros elétricos, vamos precisar da autonomia estimada (em km) e capacidade da bateria (em kW) e do valor médio do kWh no local de abastecimento, além de adotar uma distância para o comparativo. No caso, vamos considerar 100 km.
A General Motors do Brasil informa que o Bolt tem 416 km de autonomia, com uma bateria de 66 kW. Sendo assim, com uma simples regra de três, temos que para percorrer 100 km, o Bolt precisa de 15,8 kW, aproximadamente.
Considerando o custo médio do kWh em São Paulo (SP), que é de R$ 0,87, o custo de abastecimento para esse trajeto de 100 km ficaria em R$13,75.
No caso do veículo a combustão, o Tracker tem consumo médio de 11,2 km/l de gasolina, e o valor médio deste combustível no mesmo local, hoje, é de R$ 6,237/l. Assim, o custo desse modelo com abastecimento para rodar 100 km seria de R$ 55,69.
Dessa forma, o gasto médio com combustível de um carro elétrico em São Paulo é 75% mais barato do que um similar a gasolina.
Como encontrar pontos de recarga de carros elétricos no Brasil?
Segundo um estudo divulgado pela ABVE, em outubro de 2024, o Brasil já registrava mais de 10 mil postos postos públicos e semipúblicos em operação para recarga de carros elétricos.
Os pontos de recarga de carros elétricos de acesso público podem ser encontradas em ruas, parques e praças, enquanto as semipúblicas são oferecidas por estabelecimentos privados de livre acesso, como shoppings e estacionamentos.
Os pontos de recarga de carros elétricos analisadas utilizam diferentes padrões de conexão, como podemos ver a seguir.
Tipo 1 ou "Yazaki"
Carrega o veículo em corrente alternada monofásica a uma capacidade máxima de carga de 7,4kW.
Tipo 2 ou "Mennekes"
Carrega os carros elétricos em corrente alternada, podendo chegar a até 22kW.
CHAdeMO
É o padrão mais comum do mundo para carregamento rápido de corrente contínua.
CCS 2
Para carregamento rápido em corrente contínua ou carregamento lento em corrente alternada.
Padrão Tesla
Exclusivo para veículos da Tesla, com um único conector Tipo 2 para carregamento de corrente alternada ou carregamento de corrente contínua, este último disponível apenas nas estações superchargers da marca.
Quais as vantagens e desvantagens do carro elétrico?
Aos poucos, o carro elétrico está alcançando as ruas de todo o mundo e trazendo uma revolução ao mercado automotivo e à mobilidade urbana. Mas, quando comparado ao tradicional modelo a combustão, quais são as vantagens e desvantagens do carro elétrico?
O carro zero quilometro mais acessível do Brasil em 2022 foi o Fiat Mobi, custando R$ 64.690,00. Já o carro elétrico mais barato foi o Renault Kwid E-Tech, custando mais do que o dobro.
Porém, o carro elétrico possui uma série de vantagens em relação aos modelos tradicionais que tornam o investimento atrativo. Confira!
Vantagens do carro elétrico
Confira as inúmeras vantagens de possuir um carro elétrico:
Economia
Sem dúvida, uma das maiores vantagens do carro elétrico frente aos modelos tradicionais é a sua economia.
Como vamos mostrar neste artigo, os carros elétricos estão cada vez mais baratos, e mesmo com o preço da energia da rede no Brasil, um carro elétrico pode ser 75% mais barato que um similar a gasolina para rodar a mesma distância.
Para os consumidores que já apostaram na autogeração elétrica, como os donos de geradores de energia solar, essa economia com o carro elétrico pode ser ainda maior.
Sustentabilidade
Os carros elétricos não emitem gases poluentes na atmosfera, como o dióxido de carbono (CO2), responsável pelo agravamento do aquecimento global.
É por esse motivo que países de todo o mundo estão estimulando os seus mercados de elétricos como uma das apostas no combate às mudanças climáticas.
No Brasil, onde a maior parte da eletricidade produzida é oriunda de fontes de energia renováveis, essa estratégia se mostra ainda mais eficaz para que o país consiga alcançar as suas metas climáticas.
Eficiência
Os veículos movidos por eletricidade também são muito mais eficientes que os modelos alimentados por combustíveis.
Enquanto um motor a combustão perde até 65% da energia produzida em forma calor e perdas mecânicas, os motores elétricos para carros apresentam perda de apenas 5%.
Silenciosos
Outra vantagem dos veículos movidos por energia é o alívio que eles podem trazer para a poluição sonora das cidades. Motores elétricos praticamente não emitem barulho algum em baixas velocidades.
Manutenção simplificada
A frequente dor de cabeça das manutenções exigidas pelos carros a combustão já pode ser um problema do passado para quem optar pelo modelo elétrico. Os modelos não precisam de água, troca de óleo ou correias, além de não apresentarem o risco de superaquecimento.
Desvantagens do carro elétrico
Na situação atual, estas são as principais desvantagens de possuir um carro elétrico.
Autonomia
É indiscutível que a autonomia do carro elétrico ainda fica muito atrás dos modelos a combustão, o que se torna um problema em viagens de longas distâncias.
Este é um déficit da tecnologia que vem sendo melhorado a cada novo modelo lançado, com autonomias que já beiram os 900 km por carga.
No entanto, para um uso exclusivamente interurbano, os modelos a venda no mercado já podem atender a maioria dos consumidores sem problemas.
Pontos de recarga de carros elétricos
Outro quesito em que os modelos a combustão ainda ganham dos elétricos é com relação aos postos de alimentação.
A rede de pontos de recarga de carros elétricos no Brasil está crescendo rapidamente, mas ainda está longe da quantidade de postos de combustíveis e sua distribuição pelo país.
Tempo de recarga
Abastecer por completo o tanque de um carro leva apenas alguns minutos, enquanto o carro elétrico pode levar horas para atingir uma recarga completa.
Bateria (vida útil)
As baterias costumam ser um problema em qualquer aparelho eletrônico, como celulares e laptops, e o mesmo acontece com o carro elétrico.
Quase todos os modelos utilizam bateria de lítio (íons de lítio), que possuem vida útil média de 10 anos, mas perdem a capacidade de carga com o tempo, reduzindo a autonomia do veículo.
Quanto custa um carro elétrico?
Embora apresente diversas vantagens frente aos modelos tradicionais e apesar de que carros elétricos estão cada vez mais baratos, esse tipo de veículo ainda têm no preço uma de suas principais desvantagens.
O baixo volume de produção e o uso de baterias são algumas das causas do alto custo deste tipo de veículo, que também é influenciado pela desvalorização do Real, já que todos os modelos disponíveis no mercado brasileiro são importados.
10 carro elétrico mais barato do Brasil
O carro elétrico mais barato do Brasil é o Renault Kwid E-Tech, que sai por volta de R$ 101 mil, enquanto o modelo de luxo mais caro pode custar mais de um milhão e cem mil reais.
Veja abaixo os dez carros elétricos 0 km mais baratos vendidos no Brasil, de acordo com a tabela Fipe de setembro de 2024:
Modelo | Preço |
Renault Kwid E-Tech | R$ 101.663 |
BYD Dolphin Mini | R$ 117.421 |
JAC E-JS1 | R$ 127.824 |
GWM Ora 03 | R$ 150.016 |
BYD Dolphin | R$ 182.984 |
Hyundai Kona | R$ 189.790 |
Seres 3 | R$ 199.990 |
Fiat 500e ICON | R$ 214.990 |
Peugeot e-208 | R$ 227.553 |
BYD Yuan Plus | R$ 236.588 |
Qual o cenário atual do mercado de carros elétricos?
No Brasil e no mundo o cenário atual de carros elétricos é promissor, confira abaixo algumas informações sobre o mercado.
Carros elétricos no mundo
Os veículos elétricos responderam por 17% das vendas de veículos de passageiros no mundo em 2023. O número de carros elétricos vendidos no mundo nos primeiros três meses de 2024 é equivalente ao total comercializado em todo o ano de 2020.
Impulsionado pela China, Europa e Estados Unidos, esse setor deve registrar cerca de 17 milhões de vendas em 2024, superando o volume recorde de quase 14 milhões de unidades em 2023.
As principais montadoras do mundo já direcionam seus negócios para eletrificação e os custos desse tipo de veículo já são competitivos nesses principais mercados. A frota global, que era de 10 milhões ao final de 2020, saltou para 41 milhões em apenas 36 meses.
Entre as razões para o crescimento estão a melhora da tecnologia e redução de custos de bateria solar, aceleração da implementação de infraestrutura de recarga, maior variedade de modelos de veículos comercializados e evolução na velocidade de recarregamento.
Outra consultoria, a Wood Mackenzie, aponta que os carros elétricos com baterias dominarão o transporte rodoviário global em 2050, respondendo por 56% de todos as vendas.
A projeção indica que o mundo terá 875 milhões de veículos elétricos de passageiros, 70 milhões de carros elétricos comerciais e 5 milhões de veículos de célula de combustível na metade do século.
O que todas essas pesquisas indicam é que um grande número de países e montadoras estão comprometidos com metas de descarbonização e isso está transformando o setor de transportes completamente.
Carros elétricos no Brasil
O mercado brasileiro de carros elétricos atingiu a marca de 300 mil carros elétricos em circulação ao final de junho de 2024. Somente no primeiro semestre, foram registrados 79.304 veículos leves eletrificados vendidos no país, um avanço de 146% em relação ao mesmo período do ano passado.
Essa categoria inclui automóveis híbridos com recarga externa (PHEV), híbridos convencionais (HEV e MHEV) e 100% elétricos (BEV). A entidade estima que o ano encerrará com o volume recorde de 150 mil veículos eletrificados vendidos no mercado brasileiro.
Segundo a ABVE, o resultado do primeiro semestre consolida a evolução do mercado brasileiro de eletromobilidade, hoje dominado pelos veículos elétricos plug-in e, dentre estes, pelos BEV totalmente elétricos. De janeiro a junho de 2024, os BEV representaram 39% dos emplacamentos de eletrificados no país, com 31 mil unidades.
Os PHEV, veículos elétricos híbridos que também têm recarga externa, responderam por 29,5%. Os veículos plug-in, portanto (BEV + PHEV), somaram 69% do mercado de eletrificados leves no período no Brasil.
Já os HEV convencionais (elétricos não plug-in a gasolina ou diesel) ficaram com 9,3% das vendas no primeiro semestre. Os HEV flex a etanol, com 14%. E os micro-híbridos MHEV, com 8%.
O estado líder no mercado de carros elétricos é São Paulo, com mais de 30% da frota do país. Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina compõem o TOP 5 do ranking estadual em número de veículos elétricos em circulação.
Entre as cidades, a liderança é de São Paulo, com 32% do total, seguida por Brasília e Rio de Janeiro. Os principais fabricantes dos carros elétricos comercializados no Brasil são a BYD, GWM, Toyota, Caoa Chery e Volvo.
Embora os carros elétricos ainda representem uma pequena fração da frota total do Brasil, as perspectivas parecem positivas.
Enquanto o mercado brasileiro automotivo tem enfrentado queda de vendas nos últimos anos, o segmento de carros eletrificados avança, registrando crescimento no número de emplacamentos.
Esse tipo de veículo de passageiros tem despertado o desejo de cada vez mais consumidores, oferecendo vantagens como melhor desempenho e menores custos com manutenção.
A tendência é que, com o avanço tecnológico das baterias e ganho de escala na produção industrial, o carro elétrico se torne mais acessíveis e ganhe cada vez mais espaço na frota do país.
Qual o futuro dos carros elétricos no Brasil?
Conforme um estudo integrante do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2032, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a frota de carros elétricos no Brasil deve ultrapassar 1 milhão de unidades em 2030. O dado contempla veículos leves híbridos (HEV) e a bateria (BEV).
A análise indica que esse mercado enfrenta barreiras, particularmente em relação à autonomia e ao custo das baterias, à disponibilidade e ao investimento requerido em infraestrutura, e ao preço dos automóveis.
O licenciamento de carros elétricos no Brasil deve ser inicialmente limitado aos segmentos de maior renda, mas, espera-se uma contínua expansão do mercado, aproximando-se de 7% dos licenciamentos em 2032.
Fabricação de carros elétricos no Brasil
A partir da década de 1950, o Brasil viu o desenvolvimento de um parque industrial automotivo bastante concentrado no estado de São Paulo, especialmente na região do ABC Paulista.
Grande fabricantes se instalaram no país, fomentando uma cadeia de fornecimento local. Nas últimas décadas, esse polo tem enfrentado dificuldades, com o fechamento de unidades e, até mesmo, a saída de companhias do Brasil.
Porém, o carro elétrico surge como uma oportunidade de revitalizar esse setor, aproveitando a estrutura e o know-how já existentes. Atualmente, já existem instaladas fábricas de ônibus elétricos, como a da BYD em Campinas (SP), e de caminhões elétricos, como a da Volkswagen em Resende (RJ).
Além disso, fabricantes tem anunciado planos de instalar operações para produzir carros elétricos brasileiros.
A chinesa Great Wall Motors (GWM) anunciou investimento de R$ 10 bilhões no Brasil e a produção de veículos elétricos em Iracemápolis, no interior de São Paulo. De acordo com a empresa, serão produzidos carros totalmente elétricos e híbridos na planta fabril, prevista para entrar em operação no segundo semestre de 2023.
A própria BYD pretende expandir sua atuação no País, desenvolvendo um complexo para produzir carros elétricos brasileiros. A expectativa é que, com o avanço da eletrificação da frota e políticas de incentivo para a descarbonização do setor do transporte, outras iniciativas do tipo possam avançar no Brasil.
O primeiro carro elétrico brasileiro
A produção de carros elétricos brasileiros não é exatamente uma novidade. Em 1974, a fabricante nacional Gurgel lançou o Itaipu, primeiro eletrificado produzido na América Latina. O modelo surgiu no contexto da crise do petróleo de 1973, quando os preços internacionais dos combustíveis apresentaram uma forte alta.
Porém, o projeto acabou fracassando. O primeiro carro elétrico brasileiro possuía baterias pesadas, com baixa autonomia e que necessitavam de muitas horas de recarga.
Como escolher um carro elétrico?
Da mesma forma que em um carro tradicional, a escolha de um carro elétrico envolve a consideração de alguns fatores. Veja abaixo os 5 itens essenciais que você deve observar na hora de escolher o seu:
- Distância e autonomia
- Carregador próprio
- Pontos de recarga de carros elétricos na sua região
- Tipo de conector utilizado
- Tempo de carregamento do carro elétrico
1. Distância e autonomia
O item mais importante para se analisar nessa hora é a distância que você costuma percorrer com o seu veículo durante a semana e fins de semana.
Hoje, os carros elétricos com menor autonomia a venda no Brasil podem rodar cerca de 230 km por carga, o que é mais que suficiente para atender a pequenas demandas diárias, sem a necessidade de carregamento.
No entanto, se a sua rotina exigir distâncias mais longas, então é melhor você escolher um modelo com maior autonomia. Pense também na frequência com que você usa o ar-condicionado, item que exige o consumo da bateria.
O ideal é escolher, dentre as opções que cabem no seu bolso, aquela que exigirá o menor número de recargas possível, prologando assim a vida útil das baterias.
2. Carregador próprio
Embora todo carro elétrico já venha com um carregador portátil para emergências, que permite a conexão em tomadas comuns, o ideal é que você adquira uma estação de recarga de parede, conhecida como Wallbox. Além de permitir o carregamento mais rápido, essas estações contam com as proteções necessárias para garantir total segurança ao seu veículo e à instalação elétrica da sua residência ou empresa.
Procure por montadoras que negociem seus modelos elétricos já com esse tipo de carregador incluso e/ou prestem assistência na indicação de empresas especializadas para fazer a sua instalação.
Uma boa opção para abastecer o carregador é uma garagem solar. Também chamada de estacionamento solar ou carport solar, é uma instalação de painéis solares em estacionamentos/garagens de carros e motos, na qual as próprias placas solares funcionam como cobertura para os veículos ao mesmo tempo em que geram energia elétrica por meio da luz do sol.
3. Postos de recarga de carro elétrico na sua região
Outro ponto importante na hora de escolher o seu carro elétrico é observar a disponibilidade de pontos de recarga de carros elétricos públicos e semipúblicos na sua região.
Hoje, a maior oferta de pontos de recarga é feita por estabelecimentos privados de livre acesso, como shoppings e supermercados, que permitem o uso gratuito dos carregadores durante a permanência no local.
4. Tipo de conector utilizado
Mas não é apenas a quantidade de postos disponíveis que você deve observar, outro ponto é a questão do tipo de conector disponibilizado por cada um.
Existem diferentes tipos de conectores utilizados por veículos elétricos, como o tipo 1 usado por montadoras japonesas e americanas, e o tipo 2, comum em modelos europeus e o mais encontrado em pontos de recarga de carros elétricos no Brasil.
Os modelos não são compatíveis, mas existem adaptadores que permitem a recarga em qualquer caso. Portanto, na hora que de escolher o seu modelo elétrico, veja se os pontos de recarga perto de você são compatíveis ou se você terá que adquirir um adaptador.
5. Tempo de carregamento do carro elétrico
Por fim, um último item a observar é com relação ao tempo que será necessário para carregar o seu carro elétrico. Isso, por sua vez, está relacionado à capacidade de recarga de cada carro e carregador, além da capacidade total da bateria do veículo.
A capacidade máxima dos carregadores de carros elétricos solares disponíveis no Brasil varia entre 3,7 kW e 22kW em corrente alternada. Além destes, existem os carregadores de carga rápida em corrente contínua, que podem entregar uma recarga completa em apenas 30 minutos, dependendo da capacidade da bateria.
Qual a relação entre carros elétricos e geração solar fotovoltaica?
A mobilidade elétrica e a geração solar fotovoltaica estão relacionadas de uma forma bastante prática. Primeiro, por uma razão econômica. Utilizar um sistema fotovoltaico para abastecer os carros elétricos impede que o consumidor utilize a energia da distribuidora, diminuindo seus custos com a energia elétrica.
Futuramente, com os avanços regulatórios, será possível utilizar a bateria do carro para armazenar a energia gerada pelos módulos solares durante o dia para utilizá-la no consumo residencial ou injetá-la na rede durante a noite.
Outra razão é a sustentabilidade. Não faz sentido substituir motores a combustão por motor elétrico para carros e utilizar a energia proveniente de fontes fósseis poluidoras para recarregar as baterias.
O esforço de reduzir emissões e descarbonizar a economia passa por soluções tanto para o setor de transporte, quanto para o setor de energia. Nesse sentido, a geração solar e o carro elétrico se casam perfeitamente.
Além disso, eletrificar toda a frota mundial de carros irá demandar muita energia extra. Conforme a BNEF, os carros elétricos poderão representar 70% das vendas globais em 2040. O uso de eletricidade para carregar todos esses veículos iria acrescentar 9% a demanda global nas próximas duas décadas.
A forma mais simples e barata de acrescentar nova capacidade de geração de energia é pela fonte solar. Com o avanço da tecnologia, o preço dos módulos fotovoltaicos tem mostrado uma forte redução.
Um estudo da consultoria Wood Mackenzie aponta que, nas duas últimas décadas, o custo da geração solar fotovoltaica sofreu uma queda de 90%. A expectativa é que isso reduza ainda mais, entre 15% e 25% até 2030, tornando-se a fonte de energia mais barata nos Estados Unidos, Canadá, China e outros 14 países.
Outra vantagem da fonte solar é a sua versatilidade, que permite que pequenos sistemas sejam instalados em praticamente qualquer lugar, como no telhado de uma casa, na cobertura de um estacionamento e um terminal na beira de uma estrada.
Agora que você já sabe o que é e como funciona um carro elétrico, aproveite para conhecer também algumas dicas interessantes sobre sustentabilidade ambiental.
Quer saber quanto custa para instalar energia solar?