Aumento da energia: histórico de reajustes

Nos últimos anos, os brasileiros têm sentido no bolso o peso do aumento constante da conta de luz. Diversos fatores contribuem para esse encarecimento, desde a dependência das hidrelétricas e crises hídricas até os reajustes tarifários e ineficiências do setor elétrico.
Além disso, impostos, encargos setoriais e o uso de fontes mais caras, como termelétricas, impactam diretamente o valor final pago pelos consumidores. Neste artigo, exploramos as principais razões por trás da escalada dos preços da energia e as maneiras que o consumidor pode se proteger dessa inflação.
Por que a energia elétrica fica cada vez mais cara no Brasil?
Entre 2013 e 2024, a tarifa de energia elétrica mais do que dobrou no Brasil, saindo de R$ 284,67/MWh para R$ 681,71/MWh, conforme dados do Ministério de Minas e Energia (MME). Em 2025, o item registrou queda anual de 0,37%, mas variações negativas pontuais não alteram a tendência de longo prazo de encarecimento para os consumidores.
Esse cenário decorre de uma série de fatores naturais, econômicos e regulatórios:
Dependência das hidrelétricas e crises hídricas
O Brasil depende muito das usinas hidrelétricas, e períodos de seca reduzem a geração de energia. Quando os reservatórios estão baixos, o governo precisa acionar termelétricas, que usam combustíveis fósseis e são mais caras.
Bandeiras tarifárias
O sistema de bandeiras (verde, amarela, vermelha 1 e vermelha 2) ajusta a tarifa conforme o custo de geração. Em períodos de escassez hídrica, as bandeiras amarela ou vermelhas encarecem a conta de luz.
Encargos e impostos
A conta de luz inclui diversos encargos setoriais, como subsídios para programas sociais (Tarifa Social), energias renováveis, e desenvolvimento de regiões isoladas. Além disso, impostos como ICMS, PIS e Cofins aumentam o custo final.
Investimentos em infraestrutura
O sistema elétrico precisa de manutenção e expansão, incluindo novas linhas de transmissão e modernização de usinas. Esses investimentos são repassados aos consumidores.

Inflação e variação cambial
Custos operacionais, como equipamentos, combustíveis e manutenção, são impactados pela inflação e pela variação do dólar, já que parte dos insumos é importada.
Reajustes tarifários anuais
Todos os anos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autoriza reajustes nas tarifas de energia, considerando:
- Correção inflacionária
- Custos operacionais
- Uso de termelétricas e encargos setoriais
Ineficiências do setor elétrico
O setor elétrico brasileiro apresenta diversas ineficiências que contribuem para o encarecimento da energia:
- Perdas técnicas e comerciais: vazamentos na rede, furtos de energia ("gatos") e falta de modernização das infraestruturas aumentam os custos de distribuição, que são repassados aos consumidores.
- Burocracia e gestão ineficaz: muitas concessionárias são pouco eficientes na gestão de seus custos, repassando ineficiências para a tarifa.
Quanto custa a tarifa média de energia residencial no Brasil?
A tarifa média de energia residencial no Brasil é de R$ 0,736/kWh, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica apurados em fevereiro de 2025. Esse valor é frequentemente alterado conforme as concessionárias de distribuição realizam os reajustes ao longo do ano.
Como driblar o aumento da energia?
Embora os reajustes na conta de luz sejam inevitáveis, os consumidores residenciais podem adotar algumas estratégias para reduzir o impacto do aumento da energia elétrica.
Adotar o uso eficiente da energia
- Trocar lâmpadas incandescentes e fluorescentes por LED, que consomem menos energia e duram mais.
- Desligar aparelhos eletrônicos da tomada quando não estiverem em uso, pois muitos continuam consumindo energia no modo stand-by.
- Usar eletrodomésticos de forma inteligente, como lavar roupas em ciclos cheios e evitar abrir a geladeira frequentemente.
- Aproveitar ao máximo a iluminação natural e evitar o uso desnecessário de luzes durante o dia.
Investir em energia solar
- A instalação de painéis solares fotovoltaicos pode reduzir em até 90% o valor da conta de luz.
- Apesar do custo inicial, há financiamentos específicos que tornam essa opção viável, e o retorno sobre o investimento pode ocorrer em poucos anos.
- É a única forma de reduzir o gasto com energia elétrica sem reduzir o consumo.
Monitorar e ajustar o consumo
- Utilizar aplicativos ou dispositivos que monitoram o consumo elétrico ajuda a identificar quais aparelhos gastam mais energia.
- Se possível, programar o uso de equipamentos de alto consumo (como máquinas de lavar e chuveiros elétricos) para horários de menor demanda, evitando picos tarifários em algumas regiões.
Tarifa Branca
- A Tarifa Branca permite pagar menos pela energia em horários de menor consumo (geralmente à noite e de madrugada). Pode ser uma boa opção para quem consegue ajustar sua rotina de consumo.
Reduzir o uso de aparelhos que consomem muita energia
- O chuveiro elétrico é um dos maiores vilões da conta de luz; reduzir o tempo de banho e usar temperaturas mais amenas pode gerar economia.
- Ar-condicionado e aquecedores elétricos também consomem muito – optar por ventiladores ou isolação térmica da casa pode ajudar a reduzir o uso.

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